A Coreia do Sul vive um dos momentos políticos mais tensos desde o fim de sua ditadura militar na década de 1980. O presidente Yoon Suk-yeol decretou, nesta terça-feira (3), a lei marcial, justificando a medida como uma forma de conter “elementos pró-Coreia do Norte”. No entanto, a oposição acusou o governo de usar o conflito com Pyongyang como pretexto para ampliar seu controle político.
O que é a Lei Marcial e Suas Implicações
A lei marcial suspende direitos civis e substitui a legislação comum por leis militares. Com a medida:
- Manifestações foram proibidas;
- O acesso ao Parlamento foi bloqueado;
- Forças policiais e militares tomaram o controle de diversas áreas, incluindo veículos de imprensa.
A medida gerou imediata reação no Parlamento, que, em uma sessão de emergência, anulou o decreto presidencial.
Contexto Político e Reações
Desde que assumiu o poder em 2022, Yoon enfrenta forte oposição. Recentemente, o Partido Democrático, que domina o Parlamento, propôs medidas contrárias ao governo, como rejeitar o orçamento nacional e criticar promotores ligados ao presidente.
Yoon Suk-yeol justificou a lei marcial em discurso televisionado, afirmando ser necessária para proteger o país contra forças antinorte-coreanas. Entretanto, líderes da oposição classificaram a medida como inconstitucional e convocaram protestos.
No cenário internacional, a medida foi acompanhada com atenção. A Casa Branca, por exemplo, declarou que está monitorando de perto os desdobramentos.
Tensões com a Coreia do Norte
A relação entre as duas Coreias tem se agravado ao longo do último ano, com trocas de ameaças, testes de mísseis e rompimentos de pactos. A escalada das tensões adiciona uma camada extra à complexidade da crise interna sul-coreana.
Com protestos populares e reação parlamentar, o futuro político de Yoon Suk-yeol permanece incerto, enquanto a Coreia do Sul tenta manter sua estabilidade democrática.